Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil Edição: Aécio Amado
Estudantes do grupo de robótica do Liceu Franco-Brasileiro (LFB), incluído entre os dez melhores colégios do estado do Rio de Janeiro de acordo com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), participam a partir da próxima sexta-feira (13), em Brasília, com mais 60 equipes de colégios públicos e privados do país, da fase final brasileira do certame First Lego League. O tema central, este ano, é a educação em suas múltiplas formas. Se as duas equipes do LFB saírem vencedoras, disputarão o torneio mundial no período de 22 a 25 de abril, em Saint Louis, nos Estados Unidos.
O torneio é promovido em mais de 80 países pelo grupo dinamarquês Lego e a organização norte-americana 'For Inspiration and Recognition of Science and Technology' (First) e recebe, em média, 200 mil competidores por ano. No Brasil, o campeonato ocorre há dez anos e, desde 2013, é organizado pelo Serviço Social da Indústria (Sesi). O certame é direcionado a estuidantes de 9 anos a 16 anos. O objetivo é despertar o interesse dos alunos para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia no ambiente escolar, com projetos que contribuam para a melhoria de vida da população.
As equipes do LFB que disputarão a final nacional são formadas por oito alunos cada a partir do oitavo ano do ensino fundamental (FrancoStorms) e do ensino médio (FrancoDroid), que tenham entre 15 anos e 16 anos de idade. Nos cinco anos em que disputam o certame, as equipes do LFB foram selecionadas para as etapas internacionais na Holanda, em 2010, e na Austrália, em 2013.
O tema escolhido pelo grupo FrancoDroid é o autismo infantil e a sua inclusão na escola. Os alunos desenvolveram um kit educativo, batizado Cor&Ação, que estimula a percepção e interação da criança a partir do aprendizado das cores, por meio de uma ação de repetição. Para atender ao desafio, foi considerado o modo diferente dos autistas de aprender, organizar e processar as informações, disse a orientadora do curso de robótica do colégio, Rosângela Nezi.
Para complementar o kit educativo, os estudantes criaram um brinquedo com cano de PVC, dotado de um chocalho que acende luz. Por meio da música, a luz estimula também o aprendizado das cores. Rosângela Nezi considera a solução inovadora, porque não precisa de pilha nem bateria, e não traz risco para a criança.
Já os alunos da equipe FrancoStorms tiveram por missão responder ao desafio: “Como aprender ciência da computação fora da caixa?”, com a proposta de tornar menos complicadas atividades de programação de dados. Por meio do jogo Labirinto do Suricato, os estudantes mostram que códigos que antes significavam barreiras tecnológicas para muitas pessoas, passam a ter uma linguagem de dados compreensível para a criança. Rosângela disse que o jogo, construído em forma de tapete, permite que a criança supere obstáculos simulando estar em um safári.
“O projeto permite ao aluno, por exemplo, montar seus próprios códigos e, intuitivamente, aprender conceitos de lateralidade, sequencialidade, reconhecimento de imagem, programação, condição e repetição”, disse a orientadora.
Trabalho em equipe, design do robô, projeto de pesquisa são alguns critérios que pesarão na avaliação final das equipes.