As consultorias são realizadas por técnicos de formação multidisciplinar do Lacen
Núcleo Saúde
O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), da Secretaria do Estado da Saúde (Sesau), inicia na segunda-feira, 23, treinamento em serviço a técnicos de laboratório do município de Palmas.
A proposta é qualificar profissionais de nível superior e médio na realização de análises laboratoriais de exames de diagnóstico de malária, doença de chagas, hanseníase, tuberculose e leishmaniose visceral. O treinamento acontece nas dependências do Lacen, a partir das 9 horas, e segue até o dia 17 de abril.
Segundo a diretora do Lacen, Márcia Cristina Sayão Lobato, o treinamento em serviço oferece atualização aos profissionais sobre técnicas de análise laboratorial, biossegurança e fluxo de serviço. “Esses profissionais vão estar ao lado dos nossos técnicos acompanhando o fluxo de rotina e recebendo orientações na prática”, explica a diretora.
Análises Clínicas
O Lacen é o laboratório coordenador da Rede Estadual de Laboratórios, composta por estabelecimentos que realizam análises de interesse em saúde pública. Referência em todo o Estado, o Lacen tem concentrado o empenho de sua equipe na oferta de consultorias técnicas a laboratórios municipais públicos, privados e conveniados.
“A proposta é oportunizar a esses estabelecimentos a qualificação dos serviços laboratoriais, tanto públicos quanto privados, de modo a aumentar qualidade e confiabilidade nos resultados emitidos”, acrescenta a gerente da Rede Laboratorial Estadual, Iracyara Barros Leite.
As consultorias são realizadas por técnicos de formação multidisciplinar e que realizam a supervisão técnica in loco com o objetivo de verificar desde práticas laboratoriais até a calibragem de equipamentos e o controle de qualidade das análises realizadas. Somente nos últimos dois anos, foram 132 unidades supervisionadas em 71 municípios.
Nas supervisões, os técnicos do Lacen verificam desde a aplicação de normas de biossegurança até a presença de um responsável técnico e de controle de qualidade.
Controle de qualidade
Grande parte das capacitações e supervisões é provocada por resultados do controle de qualidade realizado pelo Lacen. Trata-se de um monitoramento feito por técnicos do Estado que realizam contraprovas de testagens laboratoriais enviadas pelos municípios.
Esse serviço é desenvolvido pelo Programa de Controle de Qualidade Interno e Externo de Análises Laboratoriais que avalia a presença de não conformidades presentes nos resultados de análises.
A gerente explica ainda que a adesão dos laboratórios ao programa de controle de qualidade externo do Lacen é opcional. “Eles não são obrigados a aderir, mas muitos têm interesse porque se trata de um serviço especializado oferecido pelo Estado para avaliar se os resultados dos exames realizados são fidedignos. É uma forma de oferecer a eles a oportunidade de impedir a emissão de resultados divergentes”, esclarece.
Em relação ao trabalho de controle de qualidade externo, somente no ano de 2014, o Lacen recebeu 9.026 amostras de exames de hanseníase, tuberculose, malária, doença de chagas, leishmaniose tegumental e leishmaniose visceral.
“A partir do recebimento dessas amostras, nossos técnicos selecionam pelo menos 10% das amostras com resultado negativo e 100% daquelas com resultado positivo”, explica a gerente. A seleção das amostras segue recomendação do Ministério da Saúde.
Com relação ao controle de qualidade interno, Iracyara explica que a metodologia adotada envolve a análise contínua e periódica de resultados laboratoriais, estudos estatísticos e avaliação de uma unidade de referência externa, como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) e a Fundação Ezequiel Dias (Funed).