foto: Ronaldo Mitt
Flávio Herculano - ascom MPE/TO
Representantes dos Ministérios Públicos Estadual e Federal, Poder Judiciário e Defensoria Pública, enquanto órgãos de controle, e da Secretaria Estadual da Saúde, Sindicato dos Médicos (Simed) e Conselho Regional de Medicina (CRM) se reuniram nesta quarta-feira, 11, com a finalidade de encontrar soluções para a falta de cobertura dos plantões médicos nos hospitais da rede estadual.
A insuficiência de profissionais teria se agravado em fevereiro, quando o Simed decidiu, em assembleia extraordinária, orientar os médicos da rede pública a elaborarem escalas que condensem os plantões regulares entre os dias 1 e 20 e a não realizarem plantões extras, que viriam a garantir a cobertura médica no restante do mês. Além disso, foi decidido na assembleia classista que os profissionais deveriam suspender as cirurgias eletivas. A intenção do sindicato seria induzir o Estado a pagar horas extras e produtividade em atraso.
Na reunião, os órgãos de controle informaram que uma decisão classista não pode nortear a elaboração das escalas de plantões médicos dos hospitais públicos. Nesse sentido, foi definido que o secretário estadual da Saúde, presente à reunião, em conjunto com os médicos, tem até o dia 19 para elaborar novas escalas de trabalho de todos os hospitais públicos, considerando todos os serviços e especialidades médicas. Caso haja profissionais que se neguem a cumprir a escala de plantões regulares, seus nomes devem ser informados ao MPE, MPF e DPE.

Também ficou definido que o Simed deve rever as orientações que prestou aos médicos no que se refere à suspensão dos plantões extras e da produtividade, à confecção de escalas condensadas de trabalho e à suspensão dos procedimentos eletivos. A justificativa é de que não cabe aos profissionais médicos tomarem essas decisões, que são de cunho administrativo e devem ser pautadas pela qualidade e pela integralidade na prestação dos serviços de saúde, não por interesses classistas.
Ficou definido, também, que o secretário da Saúde deve realizar uma consulta aos Tribunais de Contas do Estado e da União, bem como ao Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus), relacionada ao pagamento de plantões extras no Estado.

Por parte dos órgãos de controle, participaram da reunião os Promotores de Justiça Maria Rosely de Almeida Pery, Ceres Gonzaga Rezende e Edson Azambuza; o Procurador da República Fernando Alves de Oliveira Júnior; e o Defensor Público Artur Luiz Pádua Marques e a coordenadora do CEMAS-TO/CNJ, Juíza Milena de Carvalho.